CONHEÇA UM POUCO DA VIDA DO JOGADOR FLÁVIO CAÇA-RATOS, O MESMO JÁ JOGOU NO AMÉRICA DO RN



 

Os cabelos de Flávio Caça-Rato: atacante já deixou do moicano ao cacheado (Foto: GloboEsporte.com)

Flávio Caça-Rato pisa no gramado do Estádio Mário Helênio, em Juiz de Fora, mas não para falar de bola. Em vez do uniforme do Tupi-MG - clube que terminou o contrato ao fim do Campeonato Mineiro -, chinelos, bermuda, camisa estilosa e boné. O assunto não é o futebol. Pelo contrário, é tudo menos ele. Personagem marcante no cenário brasileiro, o jogador não segura a risada nem a língua para falar das experiências na vida, desde os primeiros contatos com as mulheres às perfomances como estrela de clipe musical.
Caça-Rato ficou cerca de 1h20 com a equipe do GloboEsporte.com, arrancou gargalhadas, mandou recado para os fãs adolescentes e não poupou ninguém - até conseguiu falar um pouco do futebol do passado, ídolos da resenha. Preparado?

GloboEsporte.com: Como era o mini Caça-Rato, quando criança? Dava muito trabalho?
- Minha mãe fala até hoje. Eu era muito brigão, brigava demais. E tinha a mania de dar nos meninos menores, tá ligado? Todo dia era reclamação em casa. “Dona Jacira, seu filho deu nos garotos”. Minha mãe, com jeito nordestino... “Eu vou dar nesse menino, todo dia é reclamação”. E eu comia demais, muito. Teve uma época lá que comia um escorredor de arroz com um ovo só. Ela dizia, “tá com fome, miserável? Que fome é essa?” (risos). Na minha infância eu era brabo.
Mas só ia pra cima dos pequenos?
- Só neles. Ia correr errado? Tá maluco. Ia pegar maior do que eu? Não dá (risos).
E o desempenho na escola?
- Nossa (risos). Eu era muito ruim no colégio. Minha mãe saía, 7h acordava a gente. Só que 7h30, 8h, era o treino dos meninos do infantil. Eu esperava ela ir para o trabalho, me encostava atrás do poste, ficava escondido. Quando ela saía eu tirava a roupa, jogava a bolsa em casa e ia. Passei seis meses sem entrar numa sala de aula. Mas aí (risos)... Tinha uma mulher lá na frente de casa que trabalhava na escola. Um dia minha mãe perguntou, “Maga, viu o Flávio no colégio?”. “Ué, que colégio? Ele tá estudando aí?’. “Como não? Matriculei ele aí”. Quando chegou no colégio... Que pau levei aquele dia, porque minha mãe era braba, ela dava mesmo.
Teve alguma briga marcante?
- Cara, já briguei com tanta gente, que nem sei... Mas não, marcante não. Teve uma vez só que um menino foi inventar de brigar com minha irmã, só que deu ruim pra ele porque a gente estudava no mesmo horário. Foi porrada demais, montei no pescoço dele, meu irmão maior na frente. Nunca mais vi esse rapaz também.
Tinha muito ciúme da sua irmã?
- Tipo assim, não tinha, mas agora, tá maluco! Ela conhece todo mundo. Nem pra sair com ela dá, todo mundo chama, "Fabiana, Fabiana". Dá uma raiva. No Santa Cruz mesmo, tinha jogo que eu entrava em campo e os caras, "Caça-Rato, meu cunhado!". Dá não, pra sair não dá! Ela é doida.
E seus filhos, já seguem o caminho do pai?
- O mais velho já joga. Tava pensando, como eu tenho três (filhos), vou botar um no Santa, um no Sport e um no Náutico, porque vai que dá certo? Um tem que ir. Eu vejo Rafinha e Thiago Alcântara, dois filhos. Vai que os meus estouram, vão recompensar tudo que gastei (risos). Um vai ter que dar certo pra recompensar, senão vão apanhar os três (risos).
Você é um cara muito vaidoso, não é, Caça?
- Sou, muito.
Mas se acha feio, né?
- Não. Já fui, mas hoje estou mais arrumado (risos).
Lembro que você ficou boa pinta de terno...
- Aquilo foi em 2013, a gente (Santa Cruz) tinha acabado de subir. Aí a turma começou, "Caça-Rato na Seleção", não sei o que mais. Fizeram uma reportagem, fomos para o shopping e me perguntaram a roupa que escolheria se fosse pra Seleção. Aí meti um terno, foi diferente. Ficou bem pra caramba (...) E já tá certo, quando eu virar empresário vou usar aquelas roupas. Vou chegar bem. Primeira impressão que fica. Vão falar "po, Caça-Rato é responsa". Tem que chegar por cima.
Os cabelos de Flávio Caça-Rato: atacante já deixou do moicano ao cacheado (Foto: GloboEsporte.com)
Os cabelos de Flávio Caça-Rato: atacante já deixou do moicano ao cacheado (Foto: GloboEsporte.com)
Os cabelos de Flávio Caça-Rato: atacante já deixou do moicano ao cacheado (Foto: GloboEsporte.com)
O que sempre muda é o cabelo, né?
- Já fiz tudo que é m... no meu cabelo. Raspar, pintar, deixar grande. A pior coisa que fiz foi ter deixado ele... (aponta a cabeça, mostrando o tamanho do cabelo quando grande). Porque lá no Recife é muito quente, começava a suar. Os caras falavam que o meu cabelo fedia, mano. Tá de sacanagem, era mentira (risos). Cabelo agora deu uma melhorada, meti o loiro, aí combinou.
Antes da fama, como o Caça se arrumava pra balada?
- Gostava de me vestir bem, chamar a atenção. É que nem eu digo, não tem pessoa feia. Se souber se vestir e arrumar direitinho, vai arrumar, nem que seja uma com uma perna só, mas você arruma. Hoje tá fácil pra caramba (risos).
Aproveitando o assunto beleza, vou te dar cinco nomes e você lista quais os mais bonitos. Beckham, Cristiano Ronaldo, Alisson (goleiro da Seleção) , Flávio Caça-Rato e Ronaldo Fenômeno...
- Ronaldo Fenômeno não, pô. Tá maluco (risos)! Beckham é bonito, o Cristiano Ronaldo é bonito pra caramba. O Alisson é... E Caça-Rato também! Se o Ronaldo está na lista, o Caça-Rato também vai ficar. Não tem nem comparação. Não sei o dinheiro, a fama que ele tem, mas bonito não é não!
E quem são os mais feios?
- Tem muita gente feia, pai. Se for fazer um time de feio, tá de sacanagem! O Amaral é o campeão de todos. O Sandro Manoel, que jogou comigo, o cara é feio demais... No Fluminense tem um atacante também, acho que é Henrique (se referindo ao jovem Pedro), a boca dele parece que não tem couro.
Não é o Richarlison?
- Não! Richarlison parece um tucano. O Wellington Silva também é estranho demais... Sassá, tá de sacanagem. Ah! Tem o Diego, do Flamengo, que é presença, esqueceu dele... Mas é tanta gente feia que me sinto bonito no meio desses monstros aí (risos).
Aproveitando o assunto beleza, como que você usa a sua com as mulheres? O assédio aumentou junto com a fama?
- Com certeza! No começo quando eu saía, nem brincava. Era foto pra cá, foto pra lá. As mulheres sempre chegando junto, cara. Daqui a pouco eram duas. Tinha noite que saía com duas, três mulheres. Saía com essa, mandava o menino ir pegar o telefone da outra, parecia o rei (risos). A gente acha que tá grandão, né? Mas é o que eu falo, foi bom por uma parte, mas só momento. Depois a gente vê que não vale a pena.
E como foi sua primeira vez?
- (Risos) Foi ruim, mas usei a experiência, né? Gozei que nem senti. E a mulher era mais experiente. Eu fui, daqui a pouco soltei e o negócio mole lá. E ela "não, não, tá mole". Aí eu disse que gozei, tava tão bom que ... (risos). Todo errado. Tinha 14 anos, ela tinha uns 27 pra 28, era amiga. Mas era casada, ia dar uma merda (risos).
Na segunda foi melhor?
- Rapaz! Na segunda ela tentou me f***, mas eu tava esperto. Segurou meu cabelo, puxou (...) Até quis fazer coisas que eu não sabia, aí não. Vamos ficar só no quentinho mesmo (risos).
Hoje tá profissional...
- Hoje eu sou profissional, só no amor (risos). Não tem jeito, pai.
Caça-Rato gosta do estilo atual e se acha bonito, muito mais que Ronaldo Fenômeno (Foto: GloboEsporte.com)
Caça-Rato gosta do estilo atual e se acha bonito, muito mais que Ronaldo Fenômeno (Foto: GloboEsporte.com)
Caça-Rato gosta do estilo atual e se acha bonito, muito mais que Ronaldo Fenômeno (Foto: GloboEsporte.com)
Seu apelido é porque caçava rato quando moleque mesmo. Mas tem a versão que no Recife chamam de "caça-rato" quem só se envolve com as feias. É esse o verdadeiro motivo do apelido?
- Não, pô (risos)! Rapaz, é o que eu falo, jogador de futebol pode ser feio como for, mas ele só pega mulher bonita. Imagina, duas pessoas feias... Eu só namorei mulher bonita, não quero saber. Essa história é porque lá no Recife falam mesmo que pegar mulher feia é caçar rato, aí falavam, "é Caça-Rato porque só pegas feias". Mas se for ver o meu histórico é só mulher bonita. Eu já sou feio, vou estar com mulher feia perto de mim? Eu quero luxo (risos)!
É um cara romântico?
- Minha esposa fala que eu sou meio bruto. Eu me acho romântico na hora do vamos ver, depois... (risos). Mas não me acho romântico não.
Você sabe que tem muito fã adolescente, que assiste ao Caça-Rato em campo. Então ensina pra galera agora como faz pra ter sucesso na hora de chegar numa mulher...
- Tem que ter calma. Não pode já chegar e... Pega uma laranja, começa treinando, pá... Fica louco. O que posso dizer pra rapaziada nova é que tem que treinar, cara, senão vai dar ruim no começo. Mas também se não der (para treinar) vai de uma vez, mano... O negócio é tá no quentinho, depois que tiver, já era (risos). Não tem isso de ficar aliviando muito não. Mas primeiro treina, vai ali no 5 a 1 ali, relaxando, senão vai dar ruim.
Você já morou na Croácia. Como isso era possível, o que fazia lá?
- Eu era morto, pai! Só fazia dormir. Um frio tremendo, ia pra onde? Usava três calças, três blusões. Tinha uma ponte que você ou ia morrer, ou sobreviver. Uma ventania, andava de lado na ponte. Se você andasse de frente capaz de arrancar o couro da sua cara. Só ficava dentro de casa.
E lá as mulheres são bonitas?
- Mas não deu. Eu doido para levar a borracha preta para cima delas, cada mulher bonita, de rosto bonita, mas de corpo fraca. Elas gostavam de moreno, mas como que ia chegar pra conversar, cara? Não tinha como, não falava nada. Negócio desse no Brasil, c***, "vamos embora pro Castelo".
Foi a vez que o inglês mais te fez falta?
- Rapaz, fez falta foi tudo inglês, espanhol, português... Não saía nada, nada!
E tinha alguém de tradutor para ajudar lá?
- Tinha um parceiro lá, mas ao invés de me dizer como ir nas meninas, mas não, só queria me dar p*** de livro. "Pega esse livro pra estudar". Eu quero saber de livro? Quero saber das meninas, das mulheres ali. Mas nem nisso ajudava, aquele p***.
Então Caça-Rato como ficou na Croácia?
- Zerou, pai. Zerou. Lá era só na mão mesmo.
Como está a vida hoje, com muito dinheiro ainda?
- Podia estar melhor, cara. Mas é que nem eu digo, momentos atrás fiz muita besteira, perdi muito, mas estou tranquilo. Estou aí pra recomeçar e ganhar de novo.
Lembra da maior extravagância depois que começou a ter dinheiro?
- Gastei R$ 19 mil em um mês, não sei como fiz essa parada. Todo dia eu estava bebendo, com mulher. Meu irmão, foi muito rápido. Mas graças à Deus eu coloquei a cabeça no lugar, isso não pode não. Nunca fiz na vida, R$ 19 mil, um moleque, a gente tinha acabado de ser campeão. Acho que foi minha premiação, cara (título no Santa Cruz). Torrei tudinho.
Mais de uma hora de risadas: Caça-Rato relembra extravagância com dinheiro e dancinha em clipe (Foto: Igor Rodrigues/GloboEsporte.com)
Mais de uma hora de risadas: Caça-Rato relembra extravagância com dinheiro e dancinha em clipe (Foto: Igor Rodrigues/GloboEsporte.com)
Mais de uma hora de risadas: Caça-Rato relembra extravagância com dinheiro e dancinha em clipe (Foto: Igor Rodrigues/GloboEsporte.com)
Apareceu muito rápido, né? Chegou até a estrelar dois clipes. Qual foi a pior atuação?
- (Risos) Nossa... Rapaz, horrível. Acho que foi o do Ricardão, pelo amor de Deus, sem jeito nenhum. Eu olhava aquilo, "o que é que estou fazendo?". Fiquei pensando, "que m... que eu fiz?". Depois que você faz as m... que você pensa. Ficava pensando, "lá vem esse cara com a câmera perto de mim".
Fez também o "Cabelo Moicano". Que música é aquela?
- O cara chegou pra mim, "vai bombar, tu é o cara pro Cabelo Moicano! Tá estourado". Hum... Uma merda, acho que o cara até parou de ser pagodeiro. Música fraca do caramba. "Cabelo moicano".
Lembra da dancinha?
- "Joga pra um lado, pro outro, em cima fica meio estranho"... (risos). Uma parada assim! Nossa...
Você é um cara que parece estar sempre de bem com a vida. Acha que o mundo está ficando cada vez mais chato?
- Pra mim tá, cara. Não pode fazer nada, ainda mais com negócio de internet. Se brincar, se tu for cagar ali a turma tá filmando. Não respeitam seu momento de tristeza, se alguém morre a turma tá lá filmando o morto. Tá muito chato, seu momento de alegria, tristeza, não estão respeitando. Negócio horrível. Por uma parte isso é bom, mas nem todo momento é agradável para estar filmando.
Sente que devia ter nascido antes, na época da galera da zoeira?
- Ah, claro! Imagina, Caça-Rato, Edmundo, Paulo Nunes... Com certeza, futebol é alegria, gente. Vejo o Neymar, ele tá certo. Dentro de campo ele sabe mesmo, respeitando o adversário e torcida, não importa como é o gol, calcanhar, uma perna só... Feio é não fazer gol. Gol é bonito de todo jeito. Muita gente critica o Felipe Melo, mas o cara tá certo, tem que dar o sangue pelo time dele. Sempre foi assim, a gente só vê o que ele fala fora, mas dentro de campo o cara não erra passe, luta... Temos que ver o que o cara faz lá dentro, não fora. Tem que ser brincalhão, pronto e acabou.
Vamos lá, escala aí qual seria o time Vida Loka do Caça-Rato...
- Tá maluco. Você pega Junior Baiano, que era doido. Odvan, negão era brabo. Vou botar Romário, Paulo Nunes, Oséas... Tem mais. Edílson, Marcelinho, o Vampeta.
Quem é o pai dessa resenha?
- Acho que é o... O Romário, tipo assim, fazia os gols, mas de comemoração engraçada e tudo mais acho que o Paulo Nunes. Ele dançava a dança da bundinha, botava o porco na cara... De comemoração ele era o melhor.



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