POLÍTICA:

Desabafo
Julianne: “Robinson não precisa e nem nunca precisou se sujar com R$ 100 mil”
Pelo que foi dito por delator, Robinson teria recebido em 2010 o montante de R$ 100 mil – via caixa 2 – para sua campanha como vice-governador do RN

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Julianne Faria, titular da Sethas e esposa de Robinson

A secretária do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social (Sethas) e primeira-dama do Rio Grande do Norte, Julianne Faria, foi às redes sociais para desabafar quanto às acusações que seu esposo, o governador Robinson Faria (PSD), estaria sofrendo após ter sido citado pelo ex-executivo da Odebrecht, Ariel Parente, em delação premiada. Pelo que foi dito por Parente, Robinson teria recebido em 2010 o montante de R$ 100 mil – via caixa 2 – para sua campanha como vice-governador da, hoje, prefeita de Mossoró, Rosalba Ciarlini (PP), também mencionada no relatos dos executivos da Odebrecht como receptora de R$ 150 mil durante sua empreitada bem-sucedida ao governo do estado.
“Com relação a essa fala de Fachin, o governador não precisa e nem nunca precisou se sujar com R$ 100 mil! Nasceu em berço de ouro, a família sempre teve condições e ele nunca vendeu para o povo que era um pobre coitado! Seu Amaro Mesquita, avô de Robinson, era dono de mais da metade da cidade”, afirmou Julianne Faria, nesta segunda-feira 17, em seu perfil pessoal no Instagram.
A titular da Sethas RN, inclusive, denunciou na mesma publicação que, ao assumir a secretaria, havia encontrado “uma secretaria repleta dos mais variados esquemas de corrupção aos quais o Ministério Público do RN tem conhecimento de alguns!”, disparou, garantindo, ainda, que Robinson é um homem “honesto” e “ético” e que “nunca precisou fazer da política um emprego”.
Além de Rosalba, o filho de Robinson, deputado federal Fábio Faria (PSD) também teria, de acordo com a delação, recebido na época mais R$ 100 mil visando à sua reeleição no cargo. Os repasses foram autorizados por João Pacífico, da Odebrecht, e os pagamentos avaliados pela equipe de Hilberto Silva, do Setor de Operações Estruturadas. Todas as informações foram relatadas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, como parte das investigações da Lava Jato.
Nas redes sociais, Robinson, que completou 58 anos na última quarta-feira 12, disse que está “sereno” e “pronto para prestar esclarecimentos” acerca de ter seu nome envolvido nas delações da Operação Lava Jato.

Delação
Delator exclui governador de recebimentos: “Não teve Robinson nessa conversa do caixa 2”
Segundo o executivo Alexandre José Lopes Barradas, conversa foi feita apenas com o deputado Fábio Faria, sem a presença do governador do RN
Foto: Reprodução
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Robinson Faria, governador do RN
Em reportagem publicada n’O Estado de S. Paulo, no último domingo 16, foi divulgado o relato do executivo Alexandre José Lopes Barradas. Na delação, Barradas exclui totalmente Robinson Faria de ter participado de qualquer conversa que pudesse sugerir um pedido por determinada quantia durante sua campanha. O executivo, todavia, não livrou o deputado federal Fábio Faria.
“Ele (Fábio Faria) falou que precisava de R$ 100 mil para a campanha dele e R$ 350 mil seriam repassados para campanha majoritária (de Rosalba Ciarlini ao governo estadual), mas essa conversa foi só com ele. Não teve o pai dele nessa conversa”, garantiu Barradas durante depoimento ao Ministério Público Federal.
De acordo com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, Barradas tinha a função de identificar líderes políticos, que pudessem viabilizar parcerias público-privadas e privatizações.
“Toda doação de uma empresa tem sempre uma ideia… Até uma instituição de caridade você doa porque está vendo um trabalho bem feito ali. Toda doação tem sempre um objetivo”, relatou Barradas, que explicou que a prefeita Rosalba Ciarlini, teria lhe prometido que a questão do saneamento seria uma de suas prioridades durante sua gestão como governadora do RN.

Grande Natal
Prefeito corta 200 cargos, reduz salários e toca mais de 20 obras em São Gonçalo
Paulo Emídio (PR), que sucedeu Jaime Calado (PR), enaltece realizações de mandato e afirma que município busca se adaptar à nova realidade financeira

paulo emídio
Isaías Carlos
Prefeito de São Gonçalo do Amarante, Paulo Emídio (PR)
O prefeito de São Gonçalo do Amarante, Paulo Emídio de Medeiros (PR), avalia de maneira positiva os 100 primeiros dias de sua gestão à frente do terceiro maior município da Região Metropolitana de Natal. Segundo o chefe do Executivo, o principal esforço da nova administração tem sido no sentido de economizar e alinhar as despesas à nova realidade financeira do município.
“São Gonçalo não é uma ilha. O município tem sofrido muito com a queda de receita, que não acompanha a inflação nem as demandas do município. Por isso, temos feito um esforço muito grande, economizando”, enfatiza o prefeito.
Entre as medidas tomadas pela gestão no sentido de melhor controlar as finanças públicas, Paulo Emídio ressalta a emissão de um decreto reduzindo as despesas em 20% em todos os setores. Os próprios salários do prefeito, do vice-prefeito e dos secretários foi reduzido. Além disso, segundo o prefeito, a assiduidade dos servidores municipais tem sido acompanhada a fim de buscar maior produtividade do funcionalismo público. “Queremos otimizar o trabalho, com eficiência e custos menores. Esse tem sido o nosso grande desafio”, afirma Paulo.
De acordo com o prefeito, que sucedeu Jaime Calado (PR) no cargo, essas ações – que incluem o fato de ainda haver secretarias sem titulares e mais de 200 cargos comissionados aguardando nomeação, o que está sendo avaliado – têm permitido que o município dê continuidade a obras importantes iniciadas na gestão passada. “Estamos tocando mais de 20 obras de grande alcance social na cidade e realizamos vários eventos sociais”, destaca Paulo.
Neste conjunto de obras, o prefeito cita, além de projetos na área social, a pavimentação de mais de 100 ruas, serviços de corte de terras na zona rural e reforma de 26 escolas na cidade. “Estamos trabalhando e lutando para fazer o melhor possível e atender aos anseios da população”, enfatiza o gestor.
A respeito do contato com a Câmara Municipal, Paulo registra que 14 dos 17 vereadores do Poder Legislativo compõem a base governista, o que demonstra que o “diálogo tem sido bom”. “Temos dialogado com a Câmara de São Gonçalo de forma aberta e transparente, enviando alguns projetos de interesse da administração e do povo. Esperamos continuar com esse apoio para o bem da população”, assinala o prefeito.
O chefe do Executivo de São Gonçalo do Amarante aponta ainda que o relacionamento com o governador Robinson Faria tem sido o “melhor possível”. “Considero um governo que tem vontade, que está se esforçando muito para fazer o melhor possível para o nosso estado”, ressaltou o prefeito. Ele lembrou que obras estruturantes estão sendo realizadas pelo Governo do Estado na Região Metropolitana, como o saneamento na capital do estado, a implementação de projetos habitacionais e a retomada da Via Metropolitana. Outros projetos, como a construção de adutoras, tem sido tocados pela gestão estadual, ressalta Paulo.
Sobre as crises que têm acometido a governança estadual, sobretudo na área da segurança pública, o prefeito diz que a dificuldade não é apenas uma questão local, e sim nacional. Somente no ano de 2017, registre-se, mais de 600 foram confirmados no Rio Grande do Norte.
“Encontrei prefeitura em dia e sem dificuldade”
Aliado político do ex-prefeito Jaime Calado, o atual gestor rasgou elogios ao antecessor e afirmou vê com “bons olhos” a possibilidade de tanto ele quanto a deputada federal Zenaide Maia (PR), sua esposa e irmã do presidente do PR no Rio Grande do Norte, ex-deputado federal João Maia, disputarem eleições majoritárias no pleito de 2018. “Jaime é um homem preparado, já assumiu vários cargos públicos. Ele tem mais de 40 anos atuando no serviço público e é tido como o maior prefeito da história de São Gonçalo do Amarante. É um homem com um conhecimento muito grande e capacitado para assumir qualquer cargo”, exaltou o prefeito.
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Ex-prefeito Jaime Calado, ex-deputado João Maia e deputada federal Zenaide Maia, ambos do PR
Ainda com relação a Jaime, Paulo ressaltou que o processo de transição foi tranquilo. “Encontrei uma prefeitura em dia e sem nenhuma dificuldade”. O atual prefeito exerceu durante grande parte do mandato de Jaime o cargo de secretário de Habitação, o que lhe rendeu o apelido de “Paulinho da Habitação”.
Jaime tem sido cotado para concorrer ao Governo do Estado nas eleições de 2018. Além dele, a deputada federal Zenaide Maia teve o nome sugerido para concorrer ao Senado Federal. Os dois, inclusive, são cortejados por diversas legendas após terem anunciado a intenção de sair do PR. Sobre Zenaide, o prefeito de São Gonçalo do Amarante afirma que a ex-primeira-dama do município é “um nome com condição de assumir qualquer cargo e qualquer desafio”. “Ela é igualmente capacitada. Demonstrou grande conhecimento e sensibilidade nos posicionamentos na Câmara Federal, honrando o mandato”, concluiu Paulo Emídio.

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