SINDICATO ENTRA COM AÇÃO CONTRA CAPITÃO DA LEI SECA

Sindicato dos Policiais Civis vai entrar com ação contra Styvenson


A polêmica gerada pelas declarações feitas no fim de semana pelo capitão Styvenson Valentim, comandante da Lei Seca, em que ele critica a atuação da Polícia Civil, não acabou após o pedido de desculpas do oficial em seu perfil do Facebook. O sindicato que resenta os policiais civis e escrivães afirmou ontem que vai acionar o setor jurídico para ingressar com uma ação contra Styvenson, além de oficiar o comandante geral e o corregedor da PM solicitando a apuração do caso.
As declarações do capitão ganharam os grupos de WhatsApp depois que um áudio enviado por ele a uma mulher que se envolveu em um acidente de trânsito vazou. A mulher estaria insatisfeita com o serviço prestado na DP, porque um advogado que colidiu o automóvel contra o dela teria sido liberado, mesmo estando sob efeito de álcool.
No áudio, Styvenson Valentim diz que tem policial civil e delegado ganhando demais e trabalhando pouco. “Preguiça, preguiça”, enfatizou o oficial.
Depois do vazamento da conversa, as entidades que representam os servidores da Polícia Judiciária se pronunciaram através de notas, nas quais repudiaram a atitude do oficial da Polícia Militar.
Após a repercussão, Styvenson Valentim publicou em seu perfil do Facebook um pedido de desculpas, no entanto reforçou, na mesma mensagem, as críticas sob a afirmativa de que se desculpava de alguns bons profissionais da PC.
“Aos outros profissionais delegados e agentes, que sempre nos atenderam, não por amizade, nem por aliança corporativista, mas sim pelo profissionalismo em cumprir sua função de maneira exemplar, o meu respeitoso perdão. Generalizar foi meu grande erro”, escreveu.
Apesar de se desculpar, o capitão alfinetou mais uma vez os agentes que teriam participado da ação que culminou na polêmica.
“Mas, não retiro uma vírgula sequer sobre o que falei sobre alguns funcionários públicos, que recebem, alguns muito bem, e nada fazem pelo cidadão, muito pelo contrário, apenas apontam o dedo para quem tenta trabalhar por um país melhor”, criticou.
Paulo Macedo, presidente do Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública do RN (Sinpol), disse ao NOVO que o pedido de desculpas não foi bem recebido pela categoria. “Pede desculpas com arrogância de sempre”, declarou o sindicalista.
Macedo disse ainda que o Sinpol acionou o setor jurídico para entrar com uma ação contra Styvenson Valentim por conta das declarações gravadas no áudio. O presidente do Sindicato disse que vai cobrar da PM a apuração do caso e que também quer que a Delegacia Geral de Polícia apure o que houve na ocorrência. “Não vamos colocar panos quentes”, reforçou.
Paulo Macedo diz que, identificando os responsáveis por possíveis falhas no registro da ocorrência, eles devem ser devidamente punidos pelas instituições que têm poder para fazer isso.
A presidente da Associação dos Delegados da Polícia Civil, Ana Cláudia Saraiva, afirmou que o assunto está sendo tratado entre as instituições e gestores. “Quanto às acusações generalizadas serão apuradas e providências legais adotadas”, acrescentou.
O comandante geral da PM, coronel Dancleiton Pereira Leite, se manifestou através de nota, em que tentou apaziguar a situação afirmando que as polícia Civil e Militar são parceiras no combate à criminalidade. O comandante disse ainda que a corporação vai apurar o ocorrido.
“A ética policial militar impõe a todos os seus integrantes conduta profissional ilibada com a rigorosa observância das leis, regulamentos e normas que regem nossa instituição”, destacou Dancleiton.
Procurada pelo NOVO, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) informou, através da assessoria de comunicação, que por enquanto não se pronunciará acerca da confusão.

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