Ao deixar comando geral da PMRN, Coronel Azevedo desabafa: Governo reduziu em R$ 11 milhões o orçamento da Polícia Militar
Justiça seja feita à Inter TV Cabugi(afiliada Rede Globo). Foi o único veículo de comunicação a registrar, com a devida importância, o discurso revelador do ex-comandante da Polícia Militar do Rio Grande do Norte, Coronel André Azevedo, ao transmitir o cargo ao sucessor, Coronel Osmar Oliveira.
Azevedo disse o que tinha vontade mantendo a impecável postura militar. Fez revelações importantes, que seriam notícias aqui e na China, mas foi ignorado, certamente pela pauta extensa da mídia local. Declarou, de peito aberto, que o custeio (manutenção da PM), foi reduzido de R$ 35 milhões para R$ 24 milhões em 2017 no Orçamento deste ano. Ou seja, o Governo da Segurança desmantelou, por conta e vontade próprias, a tropa encarregada de combater de frente o crime. “A PM DO RN ESTÁ FAZENDO MAIS COM MENOS”.
Algumas frases que a imprensa perdeu: “Agradeço ao governador, a gentileza de constar no ato de exoneração, o termo, “a pedido”, quando sabemos que isto não ocorreu.” “A instituição apresentava desestímulo e insatisfação com o atraso do pagamento de diárias operacionais, atraso na realização das promoções, desmotivação ção do oficialato, considerando a falta de ascensão profissional, de munição e equipamento para o serviço”.
“Coincidência ou não, a redução do custeio da PM foi acompanhada pelo aumento dos indicadores da violência”. Merece leitura uma reflexão de Azevedo ao final, quem sabe uma analogia à desproporção favorável à Polícia Civil no tratamento oficial: “Macacos não gostam muito de injustiças e abandonam seu trabalho se percebem que outro está recebendo uma recompensa maior pelo mesmo serviço. A descoberta foi feita por cientistas norte-americanos da Universidade Emory, em Atlanta e publicada numa edição da Revista Nature em 2003”.
“A pesquisadora Sarah Brosnan ensinou um grupo de macacos-prego(Cebus Apella), a trocar moedas de plástico por comida.Em condições normais, eles ficavam felizes em receber uma porção de pepino por uma moeda. Mas se outro macaco recebia uma uva ao invés de pepino, os demais macacos ficavam muito ofendidos. Os injustiçados se recusavam a entregar sua moeda ou então rejeitavan a recompensa. Alguns ainda atiraram a moeda ou o pepino para suas jaulas. O ressentimento era maior ainda, se outro macaco recebia uma uva, sem dar nada em troca. Nesse caso, cerca de 80% dos macacos se rebelava de alguma forma”.
Aqui, acho que Azevedo subestimou a capacidade de o governador entender a metáfora. Governador que, claro, escapuliu e não compareceu à transmissão de comando. Jogou a Secretária de Segurança Pública, delegada Sheyla Freitas, ao constrangimento.
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