ACREDITE SE QUISER: Empresário de ônibus de Natal critica proposta do Governo Lula de baratear carros: “Tendência é mais engarrafamentos e poluição”



O empresário Eudo Laranjeiras, presidente da Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Nordeste (Fetronor), criticou a proposta do Governo Federal de conceder desconto em impostos para baratear em até 10% os chamados carros populares. Para ele, a medida de incentivo ao transporte individual vai de encontro ao discurso de sustentabilidade ambiental e estimula problemas de mobilidade urbana. Ele pede mais investimentos em transporte coletivo.

De acordo com anúncio feito pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), a expectativa é que os carros tenham desconto de até 10,96%, com o percentual variando de acordo o índice de poluição dos veículos, preço final e uso de componentes nacionais. O governo trabalha para que a medida seja temporária, até o fim deste ano.

“O incentivo para termos mais carros nas ruas é algo contrário às políticas de mobilidade urbana. A tendência é que tenhamos, por exemplo, cada vez mais engarrafamentos e que a poluição também aumente, visto que são veículos que dependem de combustíveis fósseis. Tudo isso em detrimento do investimento em transporte público, que tem o poder de retirar dezenas de veículos das ruas e que segue um rígido acompanhamento contra a poluição, através do programa Despoluir”, declarou Eudo, em entrevista publicada nesta terça-feira (30) no jornal Agora RN.

Na avaliação de Eudo, o investimento em transporte público traz grandes contribuições à mobilidade urbana, ao meio ambiente e também à economia do País. “Costumo trazer o exemplo da Europa. É muito comum ouvirmos os relatos de quem vai para esses lugares e se impressiona com o transporte público de qualidade. Aquilo ocorre graças ao investimento que há no setor feito pelos governos, especialmente com subsídios, incentivando que a população utilize o transporte”, explica.

“O investimento no transporte significa incentivo ao seu uso, trazendo contribuições à mobilidade urbana, a partir do momento que há menos carros nas ruas e menos engarrafamentos; ao meio ambiente, com menos veículos, menos poluição e também menos gastos com a saúde pública, visto que haverá menos internações; e mesmo à economia, com o retorno que passa a existir por mais pessoas circulando, utilizando mais o comércio local. Trata-se de uma mudança de conceito”, considera Eudo.

O presidente da Fetronor destaca, inclusive, que a compra de mais ônibus por parte das empresas operadoras também contribui com a economia. “A partir do momento em que há incentivos para que mais pessoas utilizem o transporte e consequentemente as demandas aumentam, é necessário se comprar mais ônibus. Então, as empresas vão em busca das montadoras, o que também ajuda em muito a macroeconomia do país. O Brasil é um dos maiores produtores de ônibus do mundo. As carrocerias são fabricadas aqui”, destaca Eudo.

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