O aneurisma cerebral, condição que afeta o deputado estadual Hermano Morais (PV-RN), é uma doença silenciosa que, se não for diagnosticada e tratada a tempo, pode gerar complicações graves de saúde e risco de morte.
De acordo com o neurocirurgião potiguar Eduardo Ernesto da Costa, se o aneurisma cerebral for muito grande e não for isolado do sistema circulatório, pode romper e causar uma hemorragia. Essa condição gera dores intensas e leva ao óbito ou provoca sequelas graves em cerca de 50% dos pacientes.
Hermano Morais não teve rompimento do aneurisma – e sim recebeu o diagnóstico de que tem a má formação, provavelmente em estágio de crescimento.
O médico explica que o aneurisma cerebral consiste na dilatação de uma artéria que passa pelo cérebro. Essa espécie de inchaço da artéria gera uma fragilidade naquele ponto da circulação – o que pode levar, em casos graves, a rompimentos da estrutura da artéria. A doença só se torna sintomática quando o aneurisma cresce e eventualmente rompe.
As condições que favorecem a ocorrência do aneurisma cerebral são tabagismo e controle inadequado da hipertensão arterial (pressão alta).
Quando o aneurisma cresce e/ou rompe, é que o quadro fica mais grave.
“O sintoma principal é uma dor de cabeça intensa e de início súbito. A característica dessa dor de cabeça é diferente das dores de cabeça comuns, que vão começando aos poucos. Essa dor é bruta, grave, muito grande, seguida de vômitos, sudorese, palidez e às vezes perda de consciência e convulsão. É um quadro bem agudo e grave quando rompe”, disse Eduardo Ernesto, em entrevista à 98 FM nesta segunda-feira (11).
“É como se fosse uma pedrada na cabeça. É como se estourasse uma bomba. A pessoa sente nitidamente como começou, seguida de sintomas sistêmicos”, enfatiza o especialista.
Por ser uma doença silenciosa, muitas vezes o aneurisma cerebral só é descoberto em exames de rotina. Quando ocorre o diagnóstico, o médico avalia a extensão do problema e verifica se há necessidade de tratamento ou se o paciente pode conviver com a condição.
Quando o médico identifica necessidade de intervenção, o tratamento consiste no isolamento do aneurisma do sistema circulatório. “O aneurisma é obstruído e é eliminado da circulação. O objetivo é eliminá-lo da circulação para que ele não cause uma hemorragia”, afirma Eduardo Ernesto.
Quem deve investigar aneurisma?
O médico Eduardo Ernesto afirma que a população em geral não precisa se preocupar com o aneurisma. Os exames de rotina só são indicados para os casos em que há os fatores de risco (tabagismo e controle inadequado da pressão alta) ou histórico familiar da doença.
“Muita gente faz exame para investigar outras coisas e aí é que descobre o aneurisma”, declara o médico.
Ele afirma, também, que o aneurisma pode ser confundido com outras condições – como a fístula arteriovenosa dural, que também é uma má formação e pode gerar hemorragia.
Como está Hermano Morais?
Hermano Morais estava passando o feriadão da Independência em Recife (PE), com familiares, quando passou mal. Ele foi internado no sábado (9) na capital pernambucana e, no dia seguinte, fez um procedimento invasivo que detectou a “má-formação arteriovenosa cerebral”.
De acordo com a assessoria do parlamentar, apesar da descrição, Hermano tem de fato um aneurisma. Foi a má formação, segundo a equipe do deputado, que gerou os sintomas – não houve rompimento do aneurisma. A assessoria informou, ainda, que o parlamentar vai passar por um novo procedimento cirúrgico – que deverá ser realizado até o próximo fim de semana.
Familiares do deputado estadual enfatizam que ele está estável, consciente e bem humorado.
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