
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, começa a articular uma estratégia para influenciar o processo de sucessão do Papa Francisco, caso o pontífice seja forçado a renunciar ou não resista a seus problemas de saúde. O objetivo, de acordo com interlocutores na Casa Branca, é garantir que o próximo líder da Igreja Católica esteja mais alinhado à agenda ultraconservadora do governo americano.
Burch, por sua vez, reagiu adotando um discurso genérico, sem sequer mencionar o nome de Francisco ao assumir o posto. “Estou comprometido em trabalhar com líderes dentro do Vaticano e com a nova administração para promover a dignidade de todas as pessoas e o bem comum”, declarou. Nos bastidores, porém, a CatholicVote, organização presidida por Burch, tem sido fundamental para solidificar laços com políticos conservadores e promover pautas como o combate ao direito ao aborto, ao movimento LGBT e à imigração.

A pressão sobre o Vaticano se reflete em cortes de financiamento para entidades próximas do Papa Francisco, além do fortalecimento de aliados ultratradicionalistas dentro dos EUA e fora dele. Alguns desses grupos celebram a postura de Trump, principalmente quando o presidente se opõe a qualquer iniciativa considerada “moderada” ou “progressista” do pontífice. “Entre proteger os direitos dos manifestantes pró-vida e garantir liberdade religiosa, acho que podemos dizer que o presidente Trump tem sido incrivelmente bom para os católicos”, afirmou o vice-presidente JD Vance, numa oração pela saúde do Papa.
A resposta do Vaticano veio com manobras como a nomeação de líderes críticos à gestão Trump em posições-chave. Ainda assim, a Casa Branca insiste em articular um “clima” de pressão, seja pela aproximação com cardeais e bispos conservadores ou por meio de ações políticas e jurídicas que reforçam uma agenda de valores religiosos rígidos. “Eles precisam se olhar no espelho”, provocou Vance, em referência ao papa Francisco.
Nos corredores de Washington, a influência de católicos ultraconservadores no governo americano se tornou evidente, com figuras como Karoline Leavitt, Tom Homam e JD Vance apoiando a visão de Trump. Se o pontífice chegar aos 92 anos em meio às tentativas de manipular o conclave, o governo americano quer garantir que, quando chegar a hora, o próximo chefe da Igreja Católica esteja mais próximo das bandeiras políticas defendidas pela atual Casa Branca. As informações são de Jamil Chade, do UOL.
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