
A morte de Sarah Raissa Pereira de Castro, de 8 anos, está sendo investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal após a menina ter inalado desodorante aerossol, possivelmente participando de um perigoso desafio viral na internet. O óbito foi declarado no Hospital Regional de Ceilândia (HRC) no domingo (13), três dias após a criança ser internada em estado grave.
Segundo relatos da família, Sarah foi encontrada desacordada pelo avô, com os dedos e lábios arroxeados, ao lado de um desodorante que havia encharcado o sofá. O celular da menina estava próximo ao local, levantando suspeitas de que ela estivesse participando do chamado “desafio do desodorante”, que incentiva crianças a inalarem o produto e gravarem suas reações.
“A depender das circunstâncias, [o responsável pela publicação do desafio] poderá responder pelo crime de homicídio duplamente qualificado (através de meio que pode causar perigo comum e por ter sido praticado contra menor de 14 anos de idade), cuja pena pode alcançar os 30 anos de prisão”, informou a 15ª Delegacia de Polícia, responsável pelo caso.
O avô de Sarah acionou o SAMU ao perceber que a neta não respondia aos chamados. No local, a equipe médica realizou manobras de reanimação por 60 minutos e a encaminhou ao hospital ainda com pulso. No entanto, os médicos constataram morte cerebral ainda no dia 10 de abril. Após vários exames, o óbito foi oficialmente declarado neste domingo (13).
Polícia apura origem do desafio viral
O delegado Ataliba Neto, responsável pelo caso, afirmou que um inquérito foi aberto para apurar as circunstâncias da morte e tentar identificar os responsáveis pela publicação do desafio em redes sociais. A perícia no celular da vítima está em andamento para verificar se Sarah realmente estava participando do desafio no momento do incidente.
Nas redes sociais, uma tia de Sarah alertou sobre os perigos desses desafios online: “Peço que todos fiquem atentos e conversem com suas crianças sobre esses perigos que circulam na internet”.
O caso reacende o debate sobre a segurança digital de crianças e a responsabilidade das plataformas em monitorar conteúdos perigosos. O laudo cadavérico já foi concluído pelo Instituto Médico Legal (IML), mas ainda não foi repassado aos investigadores.
Outros casos

Em um mês, esse foi o segundo caso relacionado ao desafio viral. Em março, Brenda Sophia Melo de Santana, de apenas 11 anos, morreu após inalar desodorante aerossol. Ela foi socorrida, mas sofreu uma parada cardiorrespiratória a caminho do hospital e não resistiu. O caso foi classificado pela Polícia Civil como “morte acidental”, e o laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) aguarda confirmação da causa do óbito.
Especialistas alertam que o aerossol presente em desodorantes contém alto teor de etanol (álcool) e outras substâncias químicas que, quando inaladas, podem penetrar rapidamente nos brônquios, comprometendo a oxigenação e levando a graves consequências, incluindo parada cardiorrespiratória.
DCM
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