A Polícia Federal encontrou áudios no celular do agente Wladimir Soares, investigado por participar de uma tentativa de golpe de Estado, em que ele fala sobre planos para prender ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e usar força letal contra quem tentasse impedir. Segundo ele, o grupo armado só não agiu porque o então presidente Jair Bolsonaro não autorizou.
Wladimir foi preso preventivamente e teve seus aparelhos eletrônicos apreendidos. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já apresentou denúncia contra ele. Inicialmente, ele era investigado por ter repassado informações sobre a segurança de Lula a aliados de Bolsonaro. Agora, as novas provas indicam que ele fazia parte de um grupo organizado que planejava impedir a posse do presidente eleito em 2022.
Em um dos áudios, Wladimir afirma que ele e sua equipe estavam prontos para prender o ministro Alexandre de Moraes e outros membros do STF. “Eu ia estar na equipe, ia botar pra f*** nesse f***”, disse. Em outro trecho, ele deixa claro que estavam dispostos a usar violência: “A gente ia com muita vontade, ia empurrar meio mundo de gente, matar meio mundo de gente”.
O policial diz que o grupo esperava apenas um sinal de Bolsonaro. “Só faltava o ok do presidente, uma canetada. Só que o presidente deu para trás”, relatou.
Wladimir também demonstra frustração com o Exército. Ele acusa generais de terem sido “comprados” pelo PT e afirma que o recuo deles impediu o plano. “Os generais foram lá e disseram que não iam mais apoiar. O PT pagou pra eles”, disse.
Os áudios mostram que ele conversava sobre o tema com outros agentes da PF. Em uma conversa com um delegado, ele diz que Bolsonaro “vai fugir”. Em outro momento, pede para integrar uma equipe caso algum ministro fosse preso, e o delegado responde: “Grande Wladimir! Estaremos eu e você”.
O agente também relatou arrependimento e desespero ao ver a posse de Lula. Disse que chorou e que teve “o estômago embrulhado”. Em outras mensagens, critica o novo governo e diz temer que a “Amazônia seja vendida” e que caminhoneiros continuem com multas.
Por fim, ele comenta que o Exército começou a desmontar os acampamentos em frente ao QG de Brasília e que as manifestações já tinham “cumprido o papel”.
A Polícia Federal segue investigando o caso, que está sob supervisão do Supremo Tribunal Federal. Os áudios reforçam as suspeitas de que havia um plano organizado para impedir a posse de Lula e atacar instituições democráticas.
Fonte: g1
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