
Em levantamento do Instituto Datafolha realizado nos dias 10 e 11 de junho em 136 cidades brasileiras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aparecem tecnicamente empatados como os presidenciáveis mais rejeitados para as eleições de 2026. O estudo ouviu 2.004 eleitores e apresenta margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Lula lidera numericamente a rejeição, com 46% dos entrevistados afirmando que não votariam nele de jeito nenhum no primeiro turno. Bolsonaro aparece em seguida, com 43%. Os números indicam um empate técnico, devido a diferença mínima. Bolsonaro segue inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superios Eleitoral (TSE) e responde a processos no Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo a acusação de envolvimento em tentativa de golpe no fim de seu mandato.
A rejeição à figura de Bolsonaro se estende a seus familiares. Eduardo Bolsonaro (PL-SP), deputado federal licenciado, tem 32% de rejeição. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) registra 31%, e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, 30%. Os dados reforçam a fadiga de parte do eleitorado em relação à dinastia política da família.

Entre outros nomes da cena política, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), apresenta 29% de rejeição. Os governadores Ratinho Jr. (PSD-PR), Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) aparecem com índices menores: respectivamente 19%, 18%, 15% e 15%.
Por faixa etária, Lula tem desempenho melhor entre os mais jovens (16 a 24 anos), com 41% de rejeição, frente a 40% de Bolsonaro. No entanto, nas faixas intermediárias — de 25 a 44 anos — a rejeição ao atual presidente chega a 49% e 50%, enquanto Bolsonaro apresenta 38% e 42%, respectivamente. Nas faixas mais velhas, os índices voltam a se equilibrar.
A escolaridade também influencia na rejeição. Entre quem tem ensino fundamental, Lula tem menor resistência (32%), enquanto Bolsonaro registra 48%. Já no ensino médio e superior, Lula alcança 50% e 52% de rejeição, frente a 39% e 43% do ex-presidente. Ainda assim, o presidente mantém apoio entre os segmentos mais vulneráveis, onde tem apostado em políticas sociais e de inclusão.
A rejeição a Lula é mais acentuada entre os homens, chegando a 49%, enquanto Bolsonaro tem 39%. Já entre as mulheres, o cenário se inverte: 44% não votariam em Lula, frente a 46% que rejeitam Bolsonaro, o que pode indicar maior resistência feminina ao discurso do ex-presidente, historicamente marcado por declarações agressivas.
Mesmo com a rejeição alta, Lula segue ativo no governo e tem buscado ampliar seu diálogo com setores sociais e econômicos. As taxas revelam os desafios da polarização, mas também apontam que o campo progressista pode avançar, especialmente se conseguir mobilizar juventude, mulheres e eleitores de menor renda, fortalecendo as pautas de inclusão e justiça social frente ao radicalismo de direita.
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