
No dia 29 de junho de 1947, durante as comemorações de São Pedro em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, o menino Roberto Carlos, então com seis anos, sofreu o acidente que marcou sua vida. Enquanto assistia a um desfile ao lado de uma amiga, ele caiu nos trilhos e teve a perna atingida por uma locomotiva a vapor carregada de minério. Um rapaz da multidão improvisou um torniquete com o paletó branco e conseguiu estancar o sangramento, salvando sua vida.
Após a amputação da perna direita, Roberto passou semanas internado e criou orações próprias para suportar os dias difíceis no hospital, que repete até hoje. O episódio marcou profundamente a infância do cantor, que mais tarde transformaria parte dessa lembrança em música. No refrão de “O Divã”, ele retrata as memórias do acidente e o impacto emocional que continuava presente décadas depois.
Escrita cerca de 25 anos após o ocorrido, a canção nasceu de um processo de reflexão em que Roberto Carlos decidiu transformar dores antigas em arte. Ao revisitar o passado, o cantor deu forma musical às recordações do dia em que perdeu a perna, registrando em versos a mistura de dor, medo e superação que o acompanharam desde a infância.
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